
A Falta de um D.P.O. É um Incidente Esperando Para Acontecer
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) consolidou o D.P.O. – Data Protection Officer (Encarregado de Dados) como uma das funções mais estratégicas dentro das organizações brasileiras. No entanto, ainda observamos uma distância significativa entre empresas que tratam o D.P.O. apenas como um canal de respostas e aquelas que o entendem como um verdadeiro pilar de governança, confiança e vantagem competitiva. Neste cenário, destacam-se justamente as organizações que já perceberam que o atendimento ao titular é muito mais do que uma obrigação legal: é parte central da reputação da empresa.
Embora a LGPD defina o D.P.O. como interlocutor entre titulares, controlador e ANPD (Agência Nacional de Proteção de Dados), sua atuação prática vai muito além. Segundo orientações oficiais, o encarregado deve participar de processos internos, avaliações de risco, gestão de incidentes e fluxos operacionais de atendimento aos direitos dos titulares. Isso significa estruturar maneiras consistentes de garantir acesso, correção, eliminação, portabilidade e limitação de dados, além de responder dúvidas e solicitações com clareza e rastreabilidade. Não se trata de mera formalidade, mas de colocar a privacidade em movimento dentro da empresa.
Pesquisas recentes mostram, porém, que ainda estamos longe da maturidade ideal. O estudo “Perfil do DPO no Brasil 2025” evidencia que apenas 27% dos encarregados atuam exclusivamente nesta função. Além disso, 22% trabalham sozinhos e 69% contam com equipes de até cinco pessoas. Em empresas com mais de mil colaboradores, 74% investem menos de R$600 mil anuais em proteção de dados, enquanto organizações globais destinam entre US$1 milhão e US$7 milhões ao mesmo tema. A constatação é clara: ainda falta estrutura, autonomia e investimento para que o D.P.O. cumpra plenamente sua missão.
Essa realidade gera um risco crescente. Mesmo com uma das legislações mais robustas do mundo, reconhecida pela União Europeia, muitas companhias continuam vulneráveis por falhas internas, atendimentos desorganizados ou incidentes mal-conduzidos. Quando as solicitações dos titulares são tratadas de forma lenta, fragmentada ou sem documentação adequada, o problema deixa de ser operacional e se transforma em ameaça reputacional e regulatória. Cada etapa mal executada amplia a exposição da empresa.
Outro ponto crítico é a resposta a incidentes. À medida que o volume de notificações aumenta no Brasil, o D.P.O. assume papel central na coordenação entre segurança da informação, jurídico, operações e os próprios titulares. Prontidão, clareza e processos bem definidos antes da crise são determinantes para evitar que um incidente se transforme em um problema de grandes proporções. A diferença entre uma contenção eficiente e um escândalo de impacto prolongado costuma estar diretamente ligada ao preparo da equipe de privacidade.
Sua organização investe em privacidade ou só cumpre tabela? Hoje, inúmeras empresas exigem a conformidade com a LGPD de todos os seus fornecedores. Estar em dia não é só evitar multas, é abrir portas para novos negócios, proteger sua reputação e garantir segurança para os dados dos seus clientes. Se a sua empresa busca elevar o nível de maturidade em privacidade, fortalecer sua governança e estruturar um atendimento ao titular realmente eficiente, a Data Protection Brasil pode te apoiar. Fale conosco e descubra como implementar um programa de proteção de dados completo, seguro e alinhado às melhores práticas do mercado. Não espere um problema para agir!
Fonte: Opice Blum