Você Está Preparado para Defender Sua Imagem Contra Deepfakes?
Sua imagem está segura na era dos deepfakes? Descubra como proteger-se!
O avanço da tecnologia trouxe inúmeras facilidades, mas também originou desafios significativos, como a criação e disseminação de vídeos manipulados por inteligência artificial, conhecidos como deepfakes. O caso envolvendo a atriz Mel Maia, que teve um suposto vídeo íntimo circulando nas redes sociais, evidencia a gravidade dessas práticas e os danos que elas podem causar à imagem e à privacidade das vítimas.
A criação e divulgação de deepfakes com conteúdo explícito ou ofensivo não são apenas violações éticas, mas também constituem crimes previstos no Código Penal, através dos arts. 138 a 140, que tratam da calúnia, difamação e injúria, assim como a lei 12.965/14 (Marco Civil da Internet) e a lei 13.718/18, que alterou o Código Penal para criminalizar a divulgação de cenas de nudez ou sexo sem consentimento, oferecem uma base legal robusta para a defesa em casos como esse. Além disso, o uso indevido da imagem é regulado pela lei 10.406/02 (Código Civil), que prevê o direito à reparação por danos morais e materiais decorrentes da violação da imagem.
No caso em questão, o vídeo viralizado com supostas cenas íntimas da atriz foi rapidamente identificado como sendo um deepfake, ou seja, uma manipulação digital feita por inteligência artificial. A defesa imediata da atriz negou a veracidade das imagens e responsabilizou a tecnologia pela criação do conteúdo falso. Dado o potencial devastador desses conteúdos para a reputação de figuras públicas, a estratégia jurídica deve se basear em três frentes principais: reparação de danos, responsabilização criminal e contenção.
A primeira ação seria buscar reparação por danos morais e materiais. O vídeo gerou enorme repercussão negativa, afetando não apenas a reputação pessoal e profissional da atriz, mas também sua saúde mental. Em processos semelhantes, o valor da indenização pode ser expressivo, considerando o alcance viral das imagens e o impacto no trabalho da vítima.
Para impedir a continuidade da disseminação e punir os responsáveis, seria necessário recorrer a uma ação penal com base na lei que criminaliza a divulgação de imagens íntimas sem consentimento. Nesse caso, identificar quem iniciou a distribuição do conteúdo é essencial. A utilização de perícias digitais, em colaboração com as autoridades policiais, é uma ferramenta fundamental para rastrear a origem do vídeo. Além disso, seria possível responsabilizar as plataformas onde o conteúdo foi veiculado, caso não tenham agido de forma rápida e diligente para remover o material após notificação formal.
Outra estratégia é o uso de medidas liminares para exigir a remoção imediata do vídeo e proibir sua redistribuição em redes sociais e plataformas de compartilhamento de conteúdo. A rapidez na obtenção de uma ordem judicial para bloqueio do conteúdo é essencial para mitigar os danos. A adoção de tecnologias de monitoramento também pode ser útil para identificar e relatar novos uploads do material.
Como parte de uma estratégia mais ampla, o caso poderia ser usado como exemplo em campanhas de conscientização sobre os perigos das deepfakes. Além de atuar no campo jurídico, iniciativas de educação podem ajudar a reduzir a disseminação de conteúdos falsos e a proteger outras vítimas em potencial.
O caso Mel Maia é um alerta dos desafios que a era digital traz para a proteção de direitos individuais, especialmente quando envolve a manipulação de imagem e a difusão de deepfakes. A abordagem jurídica deve ser multifacetada, combinando ações civis, penais e estratégicas de comunicação para resguardar a imagem da vítima, responsabilizar os infratores e minimizar os impactos negativos. A combinação de uma defesa jurídica firme com uma resposta pública ágil e assertiva é fundamental para garantir que os direitos da vítima sejam plenamente protegidos diante desse tipo de ataque.
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Fonte: Migalhas